

No dia 20 de janeiro de 2025, o mundo da tecnologia foi surpreendido pelo lançamento do DeepSeek-R1, um chatbot de inteligência artificial criado na China. Dois dias depois, um relatório técnico de 22 páginas foi divulgado, comparando seu desempenho com gigantes como ChatGPT (da OpenAI) e Claude (da Anthropic).
No começo, muita gente duvidou dos resultados apresentados. Mas, conforme especialistas testaram a ferramenta, ficou claro que o DeepSeek chegou para competir de igual para igual com as big techs americanas. Essa inovação esquentou ainda mais a disputa entre China e Estados Unidos pela liderança tecnológica.
O Impacto no Mercado de Tecnologia
Em apenas uma semana, o impacto foi enorme. O Vale do Silício entrou em alerta, e empresas como Apple, Google, Microsoft e Amazon perderam mais de US$ 1 trilhão em valor de mercado.
Além disso, surgiram questionamentos sobre como a DeepSeek conseguiu treinar seu modelo gastando apenas US$ 5,5 milhões, um valor bem menor que o de seus concorrentes. Também houve polêmica sobre o uso de dados do ChatGPT no treinamento, algo que a OpenAI acusou, mas sem apresentar provas concretas.
Outro ponto sensível é a censura do chatbot. Quando perguntado sobre temas delicados para o governo chinês, como o massacre da Praça da Paz Celestial, o DeepSeek responde de forma genérica e evita o assunto.
O Que Faz o DeepSeek Ser Diferente?
Apesar das polêmicas, especialistas reconheceram avanços importantes na tecnologia do DeepSeek. O pesquisador brasileiro Cleber Zanchettin destacou que, apesar de parecido com o ChatGPT na experiência do usuário, sua estrutura interna traz inovações.

1. Código Aberto
Uma grande diferença é que o DeepSeek tem código aberto. Enquanto a maioria dos modelos de IA são fechados (como o ChatGPT) ou apenas divulgam os pesos do modelo (como o LLaMA da Meta), o DeepSeek disponibiliza todo o seu processo de treinamento. Isso é um avanço enorme em transparência.

2. Raciocínio Passo a Passo
Outro diferencial é o botão “DeepThink”, que permite visualizar o passo a passo do raciocínio do chatbot. Isso ajuda a entender como ele chega às respostas, algo que outras empresas evitam mostrar.
Por exemplo, em um teste com uma questão de vestibular do ITA, o DeepSeek mostrou sua linha de raciocínio até chegar à resposta correta, ajustando os cálculos conforme necessário.

3. Aprendizado por Reforço
O DeepSeek usa aprendizado por reforço, o que significa que ele melhora sozinho ao longo do tempo. Seu sistema recebe recompensas quando acerta e ajusta suas respostas automaticamente. Isso reduz custos e torna a IA mais acessível para pequenas empresas e universidades.
Zanchettin acredita que esse modelo pode abrir espaço para novas startups competirem com as gigantes da tecnologia.

4. Inovação Mesmo com Restrições
Mesmo sem acesso aos chips mais avançados devido a sanções dos EUA, a DeepSeek conseguiu inovar. Isso mostra que limitações podem impulsionar a criatividade e a busca por soluções alternativas.
Antes, acreditava-se que a China estava atrasada na corrida da IA. Mas, com o lançamento do DeepSeek e outros modelos chineses, essa realidade está mudando rapidamente. Poucos dias após sua estreia, a Alibaba anunciou um modelo que promete superar o DeepSeek, aumentando ainda mais a concorrência.
O Futuro da Inteligência Artificial
A disputa entre China e EUA na inteligência artificial vai muito além dos chatbots. A IA está presente em diversas áreas, como saúde, transporte, defesa e comunicação.
Com uma abordagem inovadora e custos reduzidos, o DeepSeek pode transformar o mercado e democratizar o acesso à IA. Agora, resta acompanhar como essa revolução vai impactar o futuro da tecnologia global.

Conclusão
O DeepSeek surpreendeu o mundo com suas inovações, desafiando as grandes empresas de tecnologia e mudando a dinâmica da corrida pela inteligência artificial. Com código aberto, transparência no raciocínio e aprendizado autônomo, ele pode abrir caminho para novas descobertas e tornar a IA acessível para mais pessoas.
O futuro da inteligência artificial está sendo redesenhado diante dos nossos olhos, e a próxima grande inovação pode vir de onde menos esperamos.